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domingo, 14 de novembro de 2010

O TECNICISMO PETISTA CONTRA O POVO

Durante todo o período da farsa eleitoral brasileira pode-se ouvir, entre várias outras propostas superficiais e demagógicas, a promessa da candidata petista Dilma Rousseff, de construção de escolas técnicas em cidades com mais de 50 mil habitantes. A idéia, segundo Dilma, é intensificar a capacitação técnica dos jovens brasileiros para que estes tenham maiores chances de conquistar o primeiro emprego. Porém, até que ponto esta afirmativa tem fundamento?

O Brasil é o 88º no ranking mundial de aproveitamento do ensino fundamental até a 4ª série (Agora 5º ano). Também é um dos países que tem o maior índice de repetência e desistência educacional, o que prova que apesar de afirma que gasta 1.257 dólares por ano para cada aluno, o Brasil perde para países tão pobres quanto os que estão situados na região subsaariana do continente africano, uma das regiões mais pobres do mundo. Fonte: Unesco

Imagine um sistema educacional onde a maior parte dos estudantes não aprende e não consegue chegar ao fim de sua formação, porque têm por obrigação ter que trabalhar. Ser explorado com baixos salários, jornadas exaustivas e cheias de perigos, e quando chega a noite ir a escola para tentar aprender algo, na falsa ilusão de galgar um patamar social mais elevado, mal sabe o jovem que ele nunca chegará a ser o que os políticos propagandeiam na TV, pois mesmo que complete todos os níveis educacionais dispostos ele sempre será apenas mais um braço barato.

A questão é o que acontece quando se tem mais braços baratos do que empregos para estes? Com a construção destas escolas técnicas, milhões de jovens serão capacitados, mas quem pode garantir que necessariamente todos conseguirão trabalhar? A própria lei capitalista da oferta e da procura condena esta farsa, pois, irão existir muitos técnicos e os serviços destes profissionais serão barateados, devido a abundância de profissionais disponíveis.

O problema não está na capacitação técnica, nem na quantidade que consegue ou não passar no vestibular, seja qual for a cor, depende de todo o caminho educacional que o estudante brasileiro percorre desde sua infância até a idade adulta. A quantidade de pessoas que passam ou não no vestibular é conseqüência da qualidade do ensino que ela teve e não porque ela é negra ou pobre, mas é fato que a maioria da população pobre do Brasil é negra e estuda em escolas públicas, logo o problema está na educação pública. O percentual técnico do país tem que crescer junto com a necessidade do setor industrial.

Nas universidades cresce a cada ano o número de cursos de habilitação para licenciatura, formação de professores. Que são colocados aos montes no turno da noite, enquanto os cursos com habilitação para bacharel ou cientista são ofertados em sua maioria nos turnos matutinos e vespertinos, pelo dia, obrigando os jovens que trabalham pelo dia a terem que ser professores mesmo que desejem se especializar na ciência. E o governo diz que a produção científica no Brasil não desenvolve por razões étnico-raciais.

Aumentar o número de escolas técnicas e de vagas nas universidades, sem o aumentar a qualidade nem a quantidade de professores, resulta numa formação de baixa qualidade.

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