O caso ocorrido na cidade carioca de Realengo-RJ vem sendo tratando com um caráter totalmente distorcido do seu real sentido. Apesar de o autor do fato ter sido o jovem, esquizofrênico, Wellington Menezes de Oliveira, quem possibilitou que tal acontecimento ocorresse foi um conjunto de abandonos sociais proporcionados pelo Velho Estado brasileiro.
Entender esta realidade não é dificuldade nenhuma para qualquer pessoa que se atreva a investigar o acontecimento, levando em consideração todos os fatores sociais objetivos que fizeram com que um jovem pobre, além de ter problemas psicológicos desde a infância, que nem a família nem as escolas públicas nunca se prontificaram em entender e ajudar o jovem enquanto criança, o que poderia ter evitado toda está tragédia.
Os monopólios de comunicação ficam frenéticos para colocar o jovem, pobre e esquizofrênico como pré-meditador, autor e culpado isolado de toda a chacina, aponta apenas a família e uma série de fatores subjetivos, isso acontece porque estes monopólios são verdadeiras tribunas de defesa do Estado, logo para estes é mais fácil colocar toda a culpa em um louco, ou no máximo em sua família, que também é pobre, que já esta morto, do que expor toda a precariedade nos serviços de saúde que tratam de pessoas esquizofrênicas, como acontece no caso de Wellington de Realengo, que deveria ser oferecida de forma gratuita, integral e de boa qualidade para famílias pobres.
Agora, o Estado por sua vez, desvia por mais uma vez os rumos do debate em torno deste acontecimento terrível, trata-se da questão do desarmamento da população brasileira, mais especificamente o povo pobre. Alegam que, “desta vez o Congresso Nacional e o Senado Brasileiro poderão decidir sobre o desarmamento de acordo com a opinião pública”. Vejam só, justamente estes senhores que “se lixam para a opinião pública”, agora vem com este papo de considerar a mesma, porque está a favor de seus interesses de dominação, pois um povo desarmado é um povo mais passivo as imposições estatais.
Quando alguns destes canalhas cometem alguma de suas rotineiras corrupções e são desmascarados pelos eventuais vídeos de seus próprios compassas em situação de delações premiadas, mesmo com toda a opinião pública contra, nada é feito para satisfazer a vontade do povo, pois não é interessante para eles.
Exploram diversos assuntos que não tem nada haver com a realidade do fato, mas buscam manobrar a opinião pública para aprovar coisas no calor do momento e levar todos a acreditarem que a chacina é um fato que se encerra em si.
Saudações eternas as crianças, de Realengo-RJ, mortas por um louco criado pelo descaso do sistema público de saúde do Velho Estado.
