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BLOG INFORMATIVO

sexta-feira, 26 de novembro de 2010

A GUERRA DO RIO: A FARSA E A GEOPOLÍTICA DO CRIME


Nós que sabemos que o “inimigo é outro”, na expressão padilhesca, não podemos acreditar na farsa que a mídia e a estrutura de poder dominante no Rio querem nos empurrar.

Achar que as várias operações criminosas que vem se abatendo sobre a Região Metropolitana nos últimos dias, fazem parte de uma guerra entre o bem, representado pelas forças publicas de segurança, e o mal, personificado pelos traficantes, é ignorar que nem mesmo a ficção do Tropa de Elite 2 consegue sustentar tal versão.

O processo de reconfiguração da geopolítica do crime no Rio de Janeiro vem ocorrendo nos últimos 5 anos.

De um lado Milícias, aliadas a uma das facções criminosas, do outro a facção criminosa que agora reage à perda da hegemonia.

Exemplifico. Em Vigário Geral a polícia sempre atuou matando membros de uma facção criminosa e, assim, favorecendo a invasão da facção rival de Parada de Lucas. Há 4 anos, o mesmo processo se deu. Unificadas, as duas favelas se pacificaram pela ausência de disputas. Posteriormente, o líder da facção hegemônica foi assassinado pela Milícia. Hoje, a Milícia aluga as duas favelas para a facção criminosa hegemônica.

Processos semelhantes a estes foram ocorrendo em várias favelas. Sabemos que as Milícias não interromperam o tráfico de drogas, apenas o incluíram na listas dos seus negócios juntamente com gato net, transporte clandestino, distribuição de terras, venda de bujões de gás, venda de voto e venda de “segurança”.

Sabemos igualmente que as UPPs não terminaram com o tráfico e sim com os conflitos. O tráfico passa a ser operado por outros grupos: milicianos, facção hegemônica ou mesmo a facção que agora tenta impedir sua derrocada, dependendo dos acordos.

Estes acordos passam por miríades de variáveis: grupos políticos hegemônica na comunidade, acordos com associações de moradores, voto, montante de dinheiro destinado ao aparado que ocupa militarmente, etc.

Assim, ao invés de imitarmos a população estadunidense que deu apoio às tropas que invadiram o Iraque contra o inimigo Saddam Hussein, e depois, viu a farsa da inexistência de nenhum dos motivos que levaram Bush a fazer tal atrocidade, devemos nos perguntar: qual é a verdadeira guerra que está ocorrendo?

Ela é simplesmente uma guerra pela hegemonia no cenário geopolítico do crime na Região Metropolitana do Rio de Janeiro.

As ações ocorrem no eixo ferroviário Central do Brasil e Leopoldina, expressão da compressão de uma das facções criminosas para fora da Zona Sul, que vem sendo saneada, ao menos na imagem, para as Olimpíadas.

Justificar massacres, como o de 2007, nas vésperas dos Jogos Pan Americanos, no complexo do Alemão, no qual ficou comprovada, pelo laudo da equipe da Secretaria Especial de Direitos Humanos da Presidência da República, a existência de várias execuções sumárias é apenas uma cortina de fumaça que nos faz sustentar uma guerra ao terror em nome de um terror maior ainda, porque oculto e hegemônico.

Ônibus e carros queimados, com pouquíssimas vítimas, são expressões simbólicas do desagrado da facção que perde sua hegemonia buscando um novo acordo, que permita sua sobrevivência, afinal, eles não querem destruir a relação com o mercado que o sustenta.

A farsa da operação de guerra e seus inevitáveis mortos, muitos dos quais sem qualquer envolvimento com os blocos que disputam a hegemonia do crime no tabuleiro geopolítico do Grande Rio, serve apenas para nos fazer acreditar que ausência de conflitos é igual à paz e ausência de crime, sem perceber que a hegemonização do crime pela aliança de grupos criminosos, muitos diretamente envolvidos com o aparato policial, como a CPI das Milícias provou, perpetua nossa eterna desgraça: a de acreditar que o mal são os outros.

Deixamos de fazer assim as velhas e relevantes perguntas: qual é a atual política de segurança do Rio de Janeiro que convive com milicianos, facções criminosas hegemônicas e área pacificadas que permanecem operando o crime?

Quem são os nomes por trás de toda esta cortina de fumaça, que faturam alto com bilhões gerados pelo tráfico, roubo, outras formas de crime, controles milicianos de áreas, venda de votos e pacificações para as Olimpíadas? Quem está por trás da produção midiática, suportando as tropas da execução sumária de pobres em favelas distantes da Zona Sul? Até quando seremos tratados como estadunidenses suportando a tropa do bem na farsa de uma guerra, na qual já estamos há tanto tempo, que nos faz esquecer que ela tem outra finalidade e não a hegemonia no controle do mercado do crime no Rio de Janeiro?

Mas não se preocupem, quando restar o Iraque arrasado sempre surgirá o mercado financeiro, as empreiteiras e os grupos imobiliários a vender condomínios seguros nos Portos Maravilha da cidade.

Sempre sobrará a massa arrebanhada pela lógica da guerra ao terror, reduzida a baixos níveis de escolaridade e de renda que, somadas à classe média em desespero, elegerão seus algozes e o aplaudirão no desfile de 7 de setembro, quando o caveirão e o BOPE passarem.

DEIXA O POVO TRABALHAR! PREFEITURA ALAGOANA PERSEGUE FEIRANTES

Desde as enchentes de junho, que a prefeitura de União dos Palmares, dirigida pelo prefeito Areski de Freitas (Kil), considerando que as enchentes varreram os bairros que antes eram situados nas margens do rio Mundaú, começou uma empreitada para transferir a feira popular da cidade para estas áreas destruídas. A questão é que a maioria dos feirantes não concorda, mas alguns órgãos comunicativos locais afirmam que é o mais correto a se fazer, porque a feira popular não dá espaço para os carros passarem nem deixam espaço para ver as vitrines das lojas afrescalhadas da pequena burguesia local, além de, segundo os mesmos, causar uma bagunça danada. Tudo não passa de um processo subliminar de criminalização dos trabalhadores da feira popular palmarina.

Na cidade existem inúmeros fiscais responsáveis pela cobrança de tributos municipais, são os cobradores de “chão”, ou os canalhas que exploram os feirantes palmarinos, como acontece em todas as feiras populares do estado de Alagoas. Se a feira é uma bagunça a culpa é desses bandidos, que ao invés de organizar a feira ficam cobrando propina, explorando o trabalho dos outros.

A localização da feira é um espaço privilegiado na cidade de União dos Palmares, se trata da principal avenida do município e a feira é a maior da região. Os trabalhadores que não tem condições financeiras de gastar nas lojas realizam todas as suas compras na feira, o que causa ódio aos lojistas.

Outra questão, sobre a história e os processos geográficos da região, segundo estudos realizados, as enchentes do rio Mundaú são propicias a acontecerem de dez em dez anos, nos últimos trinta anos houve exatamente três grandes enchentes, e entre estas a feira que era nas margens do rio foi transferida justamente por causa das enchentes e agora querem retroceder a feira para lá de novo. Na hipótese mais inocente, isto é, no mínimo uma grande burrice e na pior uma grande criminalização do trabalho honesto destes homens e mulheres.

Esconder a feira para aumentar o cartaz das lojas burguesas, na sociedade capitalista é assim não solucionam os problemas objetivos, como o transito e a organização da feira, mas em compensação empurram soluções superficiais como esconder a feira e varrer os problemas sociais para debaixo do tapete.


Os trabalhadores têm direito a trabalhar honestamente!

Trabalhar não é crime!

Abaixo a criminalização dos feirantes palmarinos!

A GUERRA DE COMADRES

Desde o último dia 23 de novembro, os traficantes começaram uma campanha de ataques para supostamente, segundo a PM do Rio, causar pânico as autoridades cariocas. Mas, mesmo após a empreitada das forças estatais para “acabar com o tráfico”, não tem dado resultados nenhum até o exato momento do dia 25. Nenhuma baixa de traficantes nem policiais, nenhuma prisão e menos ainda nenhuma identificação das principais lideranças criminosas.

O que percebesse é que a população está amedrontada, trancafiada em suas casas vendo a briga de dois grupos onde nenhuns dos dois lutam pelos interesses dela. Os traficantes lutam para que tudo continue como antes, pagando propina a policia e seguir traficando e subjugando a população das periferias as humilhações impostas sob o fogo de seus fuzis, a polícia quer mostrar serviço ao estado que só pensa em fazer bonito na copa e nas olimpíadas mostrando que pode e consegue liquidar a criminalidade.

Esta “guerra ao tráfico” na verdade é uma carapuça para encobrir o fascismo da polícia brasileira e criminalizar os movimentos populares que se opõem as UPP’s os acusando de cumplicidade com o tráfico. O povo não tem nada a ganhar ou perder com esta guerra de comadres, pois no fim estarão todos unidos contra o povo mais uma vez.

terça-feira, 23 de novembro de 2010

GOVERNO BRASILEIRO ADMITE O QUE JÁ NÃO DAVA PRA ESCONDER


Depois que todas as pesquisas e entidades econômicas sérias denunciaram que o desenvolvimento brasileiro, que LULA tanto esbravejou, era uma fraude e após provar por “A” mais “B” que os dados governamentais eram em sua maioria um arranjo para encobrir a grande farsa econômica do suposto crescimento da indústria brasileira, quando na verdade acontece justamente o contrário, o Brasil além de não está se desenvolvendo também está perdendo indústrias nacionais e as poucas que existem importam boa parte de suas matérias primas. Agora o MDIC (Ministério do Desenvolvimento da Indústria e do Comércio) percebeu que não tem mais como esconder e admitiu que o país realmente vive um processo de desindustrialização acelerada.

SOBRE A CRISE E OS HEROIS DO GOVERNO LULA

Em 2008, quando a crise mais recente do capitalismo ainda estava nos primeiros passos, o presidente LULA foi para as tribunas da mídia burguesa para cacarejar o “Record” da venda do etanol brasileiro, onde milhares de homens e mulheres trabalharam num regime de semifeudalidade para produzir cerca de 5,16 bilhões de litros de etanol, foi quando o presidente mostrou suas reais posições ao afirmar que “os usineiros eram os heróis da economia brasileira”, e não os trabalhadores.

Foram várias as artimanhas que o governo utilizou para tentar manter a máscara de uma economia de país em desenvolvimento e que se sustenta sem maiores dificuldades, mas a realidade é bem outra. O aumento nas taxas de exportação e importação causou um decréscimo na industrialização nacional, esta ação só favoreceu ao capital estrangeiro e desta forma ficou mais barato comprar de outros países do que vender nossos produtos. Assim, abriu uma brecha, que já não era pequena, para a participação de empresas imperialistas no comércio brasileiro aonde todo o lucro vai para as matrizes.

A invasão de bancos estrangeiros que cada vez mais tomam conta das agências brasileiras, as indústrias nacionais fechando as portas porque não conseguem pagar as altas taxas tributárias, as concessões cada vez mais fáceis que entregam nossas terras, matas e riquezas naturais nas mãos do imperialismo, além do onguismo que vem camuflado de guardiães do meio ambiente à serviço do latifúndio estatal, só demonstram que tipo de economia modelo existe em nosso país.

“Dando corda para se enforcar.” É uma expressão popular que vem a calhar no que diz respeito ao etanol. Quando governo brasileiro decidiu investir na proposta do agro-combustível, os Estados Unidos foi o primeiro país que se comprometeu a comprar o produto. Na verdade tudo não passava de um teste, para ver se o combustível realmente iria conquistar o mercado internacional, provado sua popularidade “eco-sustentável”, os próprios americanos agora são os principais concorrentes do Brasil no mercado do agro-combustível. Atualmente existem 200 usinas de etanol nos Estados Unidos, produzidos com milho, enquanto no Brasil existem pouco mais de 400, que trabalham com a cana-de-açúcar, e mesmo assim em 2009 os norte-americanos produziram 40,1 bilhões de litros de etanol e o Brasil apenas 17,7 bilhões de litros. A resposta é simples eles possuem a melhor tecnologia, apenas estavam esperando alguém se lançar no mercado.

Os usineiros apresentam relatórios que apontam que o Brasil entre 2015 e 2016 terá lucros exorbitantes, aproximadamente 258% comparado com os resultados atuais, e cerca de 40% de toda produção será para exportação. Estes lucros não são planejados para os camponeses que são remunerados por metro de cana cortada, ou para as famílias que tiveram seus parentes mortos de insolação no meio dos canaviais, ou para aqueles que trabalham para receber em cestas básicas quinzenais ou para aqueles que nunca receberam suas garantias trabalhistas após anos se matando de trabalhar nas usinas.

DA FARSA DO CRESCIMENTO ECONÔMICO AO LATIFÚNDIO DE NOVO TIPO

Uma das grandes mentiras do gerenciamento do governo LULA foi a de que a dívida externa foi liquidada. O que acontece é que há décadas o governo brasileiro vem adotando uma medida de conversão da dívida pública, desde o gerenciamento do PSDB (Itamar Franco e Fernando Henrique Cardoso) até o do PT (LULA e companhia), a dívida que era em dólares foi convertida para real, para os termos técnicos da União a divida só é externa se for na moeda de outro país que não o Brasil, mas mesmo em real a dívida continua aumentando a cada dia.

O PAC, plano de aceleração do crescimento, administrado por Dilma Rousseff, nasceu com a desculpa esfarrapada de impulsionar o desenvolvimento no interior do país, mas só fez mais estragos e arranjos politiqueiros. Todos os governos capachos sempre fazem um mega plano para beneficiar as oligarquias semifeudais brasileiras, o do PT foi o PAC, mas mesmo sendo lambe botas dos coronéis o PT e LULA não confia inteiramente nas oligarquias, por isso não acabou o projeto de uma vez só, planejando eleger um candidato tampão até 2014.

Na prática os dois maiores pólos indústrias do Brasil não produzem nada, pois a maior parte das peças são importadas. Exemplo, Manaus importa atualmente 80% de toda a sua produção, São Paulo já passa dos 50% e ainda esta perdendo as vendas internacionais.

Há dez anos o Brasil exportava 70% de toda sua produção, agora esta meta é de 30%, isso era para baratear os produtos vendidos internamente, mas devido a influência do capital estrangeiro os preços dos produtos nacionais não caem.

A participação das indústrias no PIB tem caído de 30,1% em 2004 para 25,4% em 2009, uma das muitas razões é o aumento das taxas tributárias e dos processos burocráticos para se manter uma empresa exclusivamente nacional.

Devido ao atraso social no campo e a crescente onda de capital imperialista no mercado brasileiro, tem surgido uma nova roupagem para o latifúndio de velho tipo, este é o agronegócio.

O que coloca o Brasil, economicamente, em situação de país agrário é o fato de a única fonte rentável do país vir dos produtos do campo, sob o julgo de relações pré-capitalistas ou semifeudais. O estado brasileiro é dependente do que é vendido nos portos, as exportações são as únicas fontes de sustentação para o modelo econômico atual. Por isso, a construção de tantos portos, estaleiros e aumento nas taxas portuárias.

As maiores empresas do agro-negócio brasileiro, na atualidade, e seus lucros no ano de 2009, são as americanas Bunge 9,747 bilhões de dólares, Cargil 8,406 bilhões de dólares, a brasileira vendida aos americanos Souza Cruz com 7,082 bilhões de dólares, a Sadia 6,495 bilhões de dólares e a americana Brasil Foods 5,9 bilhões de dólares, acontece que a Sadia pertence a Brasil Foods, logo o lucro das duas foi de 12,395 bilhões de dólares. Estes lucros obscenos são resultado de relaxamento tributário e muita mão de obra barata pelo interior do país, o que atrai as empresas imperialistas sedentas do sangue do suor do povo brasileiro.

Em troca de todas as regalias que o governo capacho oferta a estas empresas, elas retribuem abastecendo os bancos filiados a suas matrizes imperialistas.

A única forma de acabar com esta exploração de homens e mulheres, do campo e da cidade, camponeses e operários é se rebelando contra este sistema, contra este modelo que faz do nosso povo escravo. É desenvolvendo o trabalho no campo, pois é neste onde existe mais exploração, pois é aí que a grande burguesia latifundiária-burocráta-imperialista consome a maior parte das riquezas do nosso país.



Fontes: IEDI (Instituto de Estudo para o Desenvolvimento Industrial), MDIC (Ministério do Desenvolvimento Industrial e do Comércio), ÚNICA (União das Industrias da Cana de Açúcar), Revista Melhores e Maiores – Exame, Fundação Getúlio Vargas – FGV.

OPINIÃO SOBRE O HISTORIADOR E JORNALISTA GAÚCHO DÉCIO FREITAS

O jornal sensacionalista burguês Folha de São Paulo, postou em seu sítio eletrônico Folha On Line uma entrevista com o historiador e jornalista gaúcho Décio Freitas, com o título seguinte; Um pouco de história: Zumbi dos Palmares pecou pelo radicalismo. E é sobre esta que gostaria de expressar algumas observações. Desde já comunico que as afirmações a seguir podem ser postadas na página se o moderador assim desejar.

Para organizar melhor as idéias resolvi dividir as contradições encontradas no texto em quatro partes;

1º)...Pecou pelo radicalismo

O termo usado nesta afirmação demonstra os valores do cristianismo eternamente aterrorizado com tudo que abale seriamente a estrutura social existente, seja em que época for. Neste contexto, os quilombolas foram pecadores, marginais, bandidos ignorantes, porque não mediram esforços em dar suas vidas para combater a escravidão negra no país. É assim que a burguesia aponta para aqueles que se dedicam de corpo e alma para um bem maior, pecadores profanos de uma sociedade “pacífica”.

2º) Sobre a Folha de São Paulo

Além de ser um jornal defensor do modo de vida burguês, também criminaliza com freqüência os movimentos sociais combativos em suas matérias pagas. Como em outubro de 2007, onde afirmou mentiras sobre um grupo de famílias camponesas do interior do Pará, delatando que se tratava de milícias armadas, numa matéria paga pelo latifúndio visando criminalizar injustamente o movimento camponês.

A Folha de São Paulo é um dos jornais mais puxa-saco dos interesses da burguesia, e esta não tem interesse que o povo cultive uma história de resistência heróica como a do herói nacional Zumbi dos Palmares.

Para calar a boca dos incautos lança-se o dia nacional da consciência negra, que além de ser um feriado pouco enfatizado pela mídia sensacionalista e menos ainda pelos governos, ainda é facultativo e poucos são os estados e pessoas que sabem ou comemoram este dia tão importante para inspiração de rebeliões futuras.

3º) Ganga-Zumba/Gueto e Zumbi/Liberdade

Em primeiro lugar uma questão que não pode ser deixada de lado, como poderia haver diplomacia numa sociedade que não dava condições de igualdade para os negros a não ser pela força dos seus combates?

Vamos analisar o quadro histórico, de um lado um grupo de negros e mestiços que eram escravizados, tidos como escória social da época, reunidos por um ideal de libertação no alto de uma serra e do outro um governador querendo acabar com o foco abolicionista rebelde a todo custo.

Aceitar a proposta de “paz” do governador de Pernambuco, nos termos impostos, era abrir mão da luta pela libertação. Viver em paz, mas sem se armar, sem invadir as senzalas para libertar outros negros nem justiçar os senhores de engenho e seus capangas, isso lá era liberdade? Aceitar tão acordo, como Ganga-Zumba queria, era tornar o quilombo dos Palmares em um gueto onde com o tempo perderia sua combatividade até chegar o dia em que os portugueses dariam o golpe final e ninguém nunca teria ouvido falar na maior resistência negra no país.

Defender a liberdade, a justiça e a dignidade humana nem que para isso custe sacrifícios irreparáveis são valores que o senhor Décio Freitas não conhece ou simplesmente acha que são aspirações pecaminosas. Ora, é melhor morrer livre do que viver escravo!

4º) Um autêntico representante da burguesia burocrática.

Não conheço nem nunca li nenhuma de suas obras, opino aqui baseado nas afirmações do escritor em sua entrevista.

Como o próprio Décio fala, foi demitido do “cargo de alta confiança no governo em Brasília”, depois coloca que ao se exilar em Montevidéu participou de uma conspiração para realizar um “contra-golpe”. Típico da ideologia burguesa burocrática, integrante palaciano do governo fica chateado em ter sido demitido pelos militares e tenta dar um contra-golpe, ou seja, para voltar o que era antes, ora e o que era antes? Por acaso mesmo antes da ditadura militar o Brasil era uma democracia? Esta afirmação mostra apenas que o que ele mais lutava, além do de galgar prestígio político, era ter seu antigo emprego de volta. Porque ele não comenta daqueles que morreram nos calabouços da ditadura lutando para mudar este país na lei ou na marra, que muitos mesmo sem nunca ter ouvido falar em Zumbi entregaram suas vidas para libertar a de outros milhões de brasileiros.

Este senhor pode até ter sido o primeiro a escrever sobre o Quilombo dos Palmares no Brasil, mas podemos afirmar que já não é mais o único e que suas afirmações são falsificadas e contidas de uma subliminar propaganda conformista e acomodada.

terça-feira, 16 de novembro de 2010

REVOLTA POPULAR NO HAITI

(Foto: portal G1)

Desde o terremoto que assolou o país, foi a deixa para os abutres imperialistas invadirem e colocarem seus fieis cães de guardas brasileiros como defensores do posto de dominação YANKEE. Disfarçados de tropas de “paz” pela ONU eles cometem os maiores crimes de tortura e perseguição política aos poucos que se rebelam contra as injustiças que são impostas por um regime fascista do atual presidente, Réne Préval.

Réne Préval foi quem sugeriu o fim da única universidade do país, situada na capital de Porto Príncipe, por razão dos estudantes e professores desta serem contra seu governo opressor. Após o desastre, todas as desgraças que o povo haitiano sofre há séculos foram atribuídas ao terremoto de outro dia. O Brasil, sob o comando de LULA, não hesitou em prestar serviço ao governo norte-americano, enviando tropas militares para oprimir o povo o Haiti, enquanto os Yankees estavam atolados no Iraque.

Agora, as forças estrangeiras conjuntas com os opressores locais e subsidiada pelos Estados Unidos tentam impor uma eleição, para fazer o papel que esta serve numa sociedade capitalista, iludir o povo com uma falsa democracia, pois assim será mais fácil dominá-los. Porém, um surto epidêmico que já matou 2.000 pessoas e outras 15.000 estão doentes, devido as más condições que se agravaram após o terremoto e jamais foram reparadas, fizeram o povo se rebelar contra esta farsa eleitoral que estão tentando os empurrar de goela abaixo. E contra a reação tome rebelião!

Tendo em vista todos estes acontecimento, veja o que diz o chefe da Minustah (esquadrão militar brasileiro á serviço do imperialismo disfarçado de ação de “paz”) Edmond Mulet: “Tradicionais estraga-prazeres, ex-FAHD (forças armadas locais) certos políticos, figuras criminosas e grupos contrários às eleições estão por trás desses incidentes. A epidemia de cólera caiu no colo deles como uma boa oportunidade para criar situação.”
Mais fascista que isso não pode ser. A mesma fraseologia preconceituosa, típica dos militares de todas as instancias das tropas brasileiras.

VIVA A LUTA DO PROLETARIADO INTERNACIONAL!

VIVA AOS BRAVOS GUERRILHEIROS HAITIANOS!

ABAIXO O IMPERIALISMO!

MORTE A MINUSTAH!

VÁRIOS ATAQUES DA GUERRILHA MAOÍSTA NAS ÚLTIMAS HORAS

Notícia postada no blog REVOLUCIÓN EN LA INDIA.

Um empregado do governo foi executado pelos maoístas em Malkangiri durante uma greve convocada pelo PCI (Maoísta) no distrito de Koraput em protesto pelo assassinato de quatro maoístas pelas forças de segurança nacional, recentemente.

Naxalitas armados atacaram a casa de Dama Madkami, um empregado oficial do governo local, e o executaram logo depois.

Foi executado por ser informante da polícia.

Um bilhete escrito a mão pelos maoístas indicava que era um infirmante da polícia.

A vida tranquila se viu afetada nos distritos durante a greve. Os ônibus foram paralisados, o movimento de carros particulares também ficou restrito, as lojas e os supermercados permaneceram fechados.

As medidas de segurança foram reforçadas nos distritos para evitar qualquer incidente desagradável durante a greve, disse a polícia.

Em outra região, os maoístas fizeram e instalaram uma ponte no povoado de Karma Lahan no distrito de Aurangabad a noite, disse a polícia.

Os maoístas provocaram uma explosão de dinamite que destruio a ponte, disse a polícia.

Não houve nenhuma vítima, disseram.

Uma operação pente-fino tem sido lançada contra os naxalitas (comunistas) na região.

Em outro ataque os maoístas fizeram explodir três minas e abriram fogo contra as forças policiais conjuntas em Bibihari-Madhupur na área de Keodesole durante um ataque noturno.

domingo, 14 de novembro de 2010

O TECNICISMO PETISTA CONTRA O POVO

Durante todo o período da farsa eleitoral brasileira pode-se ouvir, entre várias outras propostas superficiais e demagógicas, a promessa da candidata petista Dilma Rousseff, de construção de escolas técnicas em cidades com mais de 50 mil habitantes. A idéia, segundo Dilma, é intensificar a capacitação técnica dos jovens brasileiros para que estes tenham maiores chances de conquistar o primeiro emprego. Porém, até que ponto esta afirmativa tem fundamento?

O Brasil é o 88º no ranking mundial de aproveitamento do ensino fundamental até a 4ª série (Agora 5º ano). Também é um dos países que tem o maior índice de repetência e desistência educacional, o que prova que apesar de afirma que gasta 1.257 dólares por ano para cada aluno, o Brasil perde para países tão pobres quanto os que estão situados na região subsaariana do continente africano, uma das regiões mais pobres do mundo. Fonte: Unesco

Imagine um sistema educacional onde a maior parte dos estudantes não aprende e não consegue chegar ao fim de sua formação, porque têm por obrigação ter que trabalhar. Ser explorado com baixos salários, jornadas exaustivas e cheias de perigos, e quando chega a noite ir a escola para tentar aprender algo, na falsa ilusão de galgar um patamar social mais elevado, mal sabe o jovem que ele nunca chegará a ser o que os políticos propagandeiam na TV, pois mesmo que complete todos os níveis educacionais dispostos ele sempre será apenas mais um braço barato.

A questão é o que acontece quando se tem mais braços baratos do que empregos para estes? Com a construção destas escolas técnicas, milhões de jovens serão capacitados, mas quem pode garantir que necessariamente todos conseguirão trabalhar? A própria lei capitalista da oferta e da procura condena esta farsa, pois, irão existir muitos técnicos e os serviços destes profissionais serão barateados, devido a abundância de profissionais disponíveis.

O problema não está na capacitação técnica, nem na quantidade que consegue ou não passar no vestibular, seja qual for a cor, depende de todo o caminho educacional que o estudante brasileiro percorre desde sua infância até a idade adulta. A quantidade de pessoas que passam ou não no vestibular é conseqüência da qualidade do ensino que ela teve e não porque ela é negra ou pobre, mas é fato que a maioria da população pobre do Brasil é negra e estuda em escolas públicas, logo o problema está na educação pública. O percentual técnico do país tem que crescer junto com a necessidade do setor industrial.

Nas universidades cresce a cada ano o número de cursos de habilitação para licenciatura, formação de professores. Que são colocados aos montes no turno da noite, enquanto os cursos com habilitação para bacharel ou cientista são ofertados em sua maioria nos turnos matutinos e vespertinos, pelo dia, obrigando os jovens que trabalham pelo dia a terem que ser professores mesmo que desejem se especializar na ciência. E o governo diz que a produção científica no Brasil não desenvolve por razões étnico-raciais.

Aumentar o número de escolas técnicas e de vagas nas universidades, sem o aumentar a qualidade nem a quantidade de professores, resulta numa formação de baixa qualidade.

sexta-feira, 12 de novembro de 2010

PROTESTOS CONTRA A VISITA DE OBAMA NA INDIA


Notável manifestação anti-imperialista contra a visita de Obama à India, no dia 8 de novembro em Nova Delhi.

A CHACINA DOS INDIGENTES - PARTE 2

Em 2009 escrevi uma postagem para o antigo blog BOCA DE CAÊRA, intitulada “A Chacina dos Indigentes”, que denunciava os crimes de assassinatos contra os moradores das ruas de Maceió, infelizmente na transição pra esta nova atualização do blog o documento perdeu-se, havia imprimido várias cópias, que inclusive uma socióloga utilizou em uma de suas aulas, mas com as enchentes de junho de 2010 só alguns poucos textos do antigo blog salvaram-se e A Chacina dos Indigentes não foi um deles.

Não precisa ser nenhum intelectual renomado ou diplomata da Esplanada dos ministérios para concluir que todas estas mortes de moradores de Rua em Alagoas é obra das polícias, dos guardas municipais, dos vigilantes particulares de empresas privadas, dos Playboys e daqueles milicianos, que estão na moda, os vigilantes motorizados. Claro, existe um grande interesse em cima dessas mortes, além de sádicas e fascistas, elas servem para “limpar as ruas”. Este é o termo criminoso que os responsáveis pela segurança pública utilizam, com muita freqüência, para se referir a liquidação da marginalidade, porém nem todos que estão nas ruas são marginais, pois existem famílias inteiras vivendo nesta situação degradante.

Os motivos são os mesmos, o dono da loja que não quer ver mendigos em sua porta, guardas noturnos praticando tiro ao alvo ou playboys embriagados. Os verdadeiros marginais estão por trás dos gabinetes civis e militares, estão engravatados, com honras ao mérito, estrelas de todos os tamanhos e modelos no peito, matando aqueles que para a sociedade já não possuem mais vida social.

Há anos essa nação esquecida tem feito das calçadas da sede do poder estadual alagoano, o palácio dos Martírios, que agora é um museu, sua morada. Com a nova sede do governo, palácio da República dos Palmares, acontece a mesma coisa que antes. Centenas de moradores de rua, que em sua maioria são jovens, alguns dependentes do vício da cola de sapateiro, mas todos perambulam ao lado do símbolo de todo poder do estado, enquanto os “representantes do povo” parecem se quer perceber ou fingem que não vêm, pois é impossível não ver.

Companheiros, não se deixem enganar com o alarme da mídia burguesa e o cacarejado demagogo dos representantes governamentais, pois tudo isso só acontece justamente por causa deles. Uma sociedade que exclui, discrimina e mata todos que não atendem suas expectativas de existência social capitalista. Se há pessoas morando pelas ruas pode ter certeza que não por vontade própria. O desemprego, a fome, a prostituição e as drogas fazem da sociedade um mar de miséria, por isso o que essa gente precisa não é só de um prato de sopa, mas de serem respeitadas como seres humanos que são.