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terça-feira, 20 de julho de 2010

POPULARES ATINGIDOS PELAS ENCHENTES SÃO TRATADOS COMO ANIMAIS


(Fotos: Rua da Ponte; União dos Palmares-AL)

Após a catástrofe causada pela tromba d’água que jorrou pelos afluentes dos rios Mundaú e Paraíba, entre Alagoas e Pernambuco, devido as más condições da barragem das Nações, construída no leito do rio Papacacinha, na cidade de Bom Conselho-PE, pela antiga empresa multinacional da Perdigão, onde um paredão de mais de 40 metros não aquentou o volume das águas e estourou formando uma onda que varreu varias cidades nordestinas. Centenas de famílias foram jogadas em escolas, ginásios, galpões, etc.


Pelo dia existem batalhões da Força Nacional, Polícia Militar e Guardas Municipais por toda a parte, enquanto pela noite estes realizam um toque de recolher a partir das 22h (dez horas) onde é estritamente proibido a venda e o consumo de bebidas alcoólicas, e qualquer movimentação vista pelos militares como “desnecessárias”. Mas, dentro dos alojamentos não existe nenhum tipo de organização.



(Foto: Ginásio Municipal de Esportes Olavo Calheiros; Muricí-AL)

Em Murici-AL, cidade comandada há anos pela oligarquia semifeudal da família Calheiros, dentro dos galpões que foram criados para funcionar um pólo comercial de jeans, já houve tentativa de seqüestro de uma criança de sete anos, justamente durante o período em que não existe nenhum tipo de vigilância. No ginásio de esportes da cidade está pior, já aconteceu de tentativas de estupro a disparos de revolver. Uma criança morreu de infecção generalizada devido a imundície que foi submetida durante este tempo que passou amontoada com outras centenas de pessoas, em meio a lixo e infiltrações. Só são servidas duas refeições por dia, de manhã e a noite, sempre apenas uma marmita para cada família.



(Fotos: Escolas Monsenhor Clovis, Mário Gomes, Luiza de França e Fernando Juazeiro; União dos Palmares)

Em União dos Palmares-AL, as pessoas reclamam que os seus pertences são roubados e que o fato de não haver nenhum tipo de organização interna nos abrigos gera desavenças entre os flagelados. O diretor geral da Escola Municipal Luiza de França, localizada no bairro Alto do Cruzeiro, se negou a abrigar os flagelados, então o povo teve que invadir o espaço, pois, não tinham para onde ir. A defesa civil não vistoriou nenhuma das casas que foram inundadas, mas mesmo assim a prefeitura parou de mandar os donativos, como forma de pressionar o povo a voltar para suas casas, mesmo elas estando prestes a cair. Na escola municipal Fernando Juazeiro, todas as crianças das 50 famílias que estão morando no local estão com diarréia e dores no corpo, o mais incrível é que esta escola fica localizada de frente a um hospital. “-Nenhum médico vem aqui nos consultar. Só conseguimos falar com algum quando alguém daqui vai para emergência.” – Afirmou uma senhora que amamentava seu filho na porta da escola.

As pessoas estão vivendo como animais. O estado não tem competência, nem interesse político de resolver esta situação. Só o povo organizado é quem pode arrebentar os grilhões que o prende e tanto o envergonha. Só a rebelião popular se justifica diante destes acontecimentos.

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