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segunda-feira, 30 de agosto de 2010

MORADORES DE DISTRITO ESTIMULAM BOICOTE ÀS ELEIÇÕES

Reportagem de Alex Capella e Paula Cristina Jales publicada jornal Hoje em Dia, de Minas Gerais, em 28 de agosto de 2010
Moradores de distrito estimulam boicote às eleições
Revoltados com a falta de assistência do poder público, os moradores de Fonseca, distrito de Alvinópolis (MG), pregam o boicote na eleição de outubro. Muros ganham mensagens estimulando os 900 eleitores a anularem o voto.

O voto é obrigatório a todo brasileiro com mais de 18 anos e com menos de 70. Porém, nada impede o eleitor de anular o voto diante das urnas. É com esse espírito que os moradores de Fonseca, distrito de Alvinópolis, na Região Central do Estado, pretendem comparecer às sessões eleitorais no dia 3 de outubro. Revoltada com a falta de água, com o saneamento básico precário, com a poeira e os buracos nas ruas, a população do distrito iniciou uma campanha contra o voto. Em vez de propaganda política, os muros de diversas casas ganharam mensagens incentivando o eleitor a não votar nas próximas eleições.
 
O distrito de Fonseca tem pouco mais de 3 mil moradores, sendo que 30% (ou 900) do total têm direito ao voto. Mas os eleitores pretendem abdicar do direito e da obrigação em protesto contra os políticos que “não fazem nada” pelo lugar. “Vivemos uma completa falta de assistência do poder público. Então, agora chegou a nossa vez de dar o troco nos políticos”, disse a dona de casa Maria do Carmo Carioca.
 
Os moradores de Fonseca reclamam da falta de água, da poeira e dos buracos nas ruas e da existência de um lixão na entrada do distrito. Segundo eles, nos últimos meses, diversos contatos foram feitos com vereadores e deputados estaduais e federais votados na região. No entanto, conforme os moradores, nenhum político se prontificou a ajudar a resolver os problemas do distrito. “O distrito não vem sendo beneficiado pelas políticas públicas. E os políticos não têm compromisso com o lugar. Então, também não teremos compromisso com nenhum político nas próximas eleições”, afirmou a estudante Taís Ribeiro dos Santos.
O descrédito da população de Fonseca com os políticos ganhou força, a partir de 2008, quando os moradores colocaram em discussão o processo de emancipação ao município de Alvinópolis. À época, a população já questionava a falta de investimentos públicos no distrito. Com o argumento, os moradores iniciaram uma campanha pela emancipação. 
 
O prefeito de Alvinópolis, João Batista Mateus de Moraes (PTB), questiona o movimento que incentiva a anulação do voto no distrito. Segundo João Batista, a prefeitura, em parceria com o Governo de Estado, vêm promovendo “uma série” de obras no distrito nas áreas de saneamento, drenagem e calçamento das vias. “Eles (moradores) não podem fazer esse protesto usando a prefeitura como exemplo. A nossa gestão vem fazendo diversas obras no local”, garantiu.
 
O prefeito cita como exemplo o convênio assinado em junho com o Governo estadual, quando foram liberados recursos da ordem de R$ 110 milhões para 207 prefeituras, voltados para projetos de melhoramento de vias públicas, revitalização e construção de praças, pontes, ginásios e complexos esportivos, construção de parques de exposição e áreas de eventos, além de obras de iluminação pública.
 
De acordo com o prefeito, o distrito recebeu investimentos de cerca de R$ 800 mil para obras de calçamento, drenagem e tratamento de água. “As obras de calçamento e drenagem vão demandar R$ 565 mil. Já as obras para tentarmos resolver a questão da água vão custar, inicialmente, R$ 190 mil. As obras estão em andamento”, assegurou.
 
Os moradores de Fonseca questionam o andamento das obras. Ressaltam, inclusive, que a questão da falta de água é um problema ‘histórico’ no distrito. Por sua vez, o Estado garante que faz o acompanhamento das obras conveniadas, desde o processo de licitação até a conclusão dos serviços. “O objetivo é garantir a transparência sobre a execução dos projetos e a melhor aplicação dos recursos públicos”, diz a assessoria. Por meio da Subsecretaria de Obras, o Estado diz que também fiscaliza a execução das obras, periodicamente, em todas as fases. A própria Subsecretaria realiza, ao final, um relatório das obras concluídas.
 

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